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10 Árvores mais raras e em extinção da Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um dos biomas mais destruídos em nosso país. Estima-se que hoje exista apenas 7% de cobertura florestal, apenas no território do Brasil.  Além de ser um dos 35 Hotspots mundiais de biodiversidade,  para se ter uma ideia a Mata Atlântica é possui enorme diversidade de espécies e altos níveis de endemismos, muitas ainda desconhecidas na ciência. Foi declarada também Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco.

1) Árvore do Imperador (Chrysophyllum imperiale)

Esta espécie da família Sapotaceae é conhecida popularmente por Guapeba ou Árvore do Imperador, que pode chegar a mais de 30 m de altura. Suas folhas são buladas, com presença marcada das nervuras secundárias, e o bordo foliar é serreado. Dados históricos demonstram a presença da espécie para o Sudeste do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e Zona da Mata de Minas Gerais.

O tronco desta espécie foi muito utilizado no império para a construção de embarcações, um dos motivos dela quase ter sido extinta. No final do século XIX, os republicanos ordenaram a destruição de todos os exemplares, pela espécie estar associada à figura do imperador. Por esses motivos, trata-se de uma das espécies mais raras da Mata Atlântica e está classificada como EM PERIGO DE EXTINÇÃO pela Portaria nº 443 do Ibama sobre Espécies da Flora Brasileira ameaçada de extinção.

2) Acaiacá ou Cedro Brasileiro ()

Árvores que podem atingir os 30 m de altura; folhas compostas, 25 a 120 cm, pecíolo densamente tomentoso a curto pubescente; folíolos de 12 a 18 pares, opostos a subpostos, sésseis a curto-peciolulados pardo escuros quando secos, oblongos a oblongo-lanceolados até oval-lanceolados.

Ocorre desde o Panamá e Costa Rica até a Argentina; no Brasil está presente na maioria dos estados, em solos profundos e úmidos, porém bem drenados. Está ameaçado de extinção por exploração excessiva.

O plantio do cedro, em função da qualidade da madeira, está sendo tentado, como o de outras meliáceas; muitos plantios adensados foram prejudicados pelo ataque da Hypsipyla grandella Zeller. Esta lagarta de mariposa ataca também plantios adensados de outras meliáceas como mogno (Swetenia macrophila) e de andiroba (Carapa guianensis). Recomenda-se o plantio com grande espaçamento com alternância de outras espécie para evitar a broca-do-cedro. É uma espécie emergente em floresta de “clímax”, iniciando seu crescimento na vegetação secundária.

3) Pau Brasil (Paubrasilia echinata)

É nativa da Mata Atlântica, Segundo alguns estudiosos, “brasil” deriva do francês brésil, que deriva do toscano verzino, nome da madeira utilizada na tinturaria na Itália. Outra versão aponta que a palavra se origina do português Brasa, ou abrasado, devido à tonalidade escura da madeira. Paubrasilia é o gênero da árvore. Já Echinata significa “com espinhos”, uma referência ao fato de as vagens do pau-brasil terem acúleos, que são uma especialização da epiderme que se parece com espinhos. “Arabutã”, “ibirapitanga”, “ibirapiranga”, “ibirapitá” e “orabutã” são derivados dos termos tupis ïbi’rá (“pau”) e pi’tãga (“vermelho”).

4) Palmeira Jussará ou Içara (Euterpe edulis)

A juçara ou içara (Euterpe edulis), também chamada jiçara, palmito-juçara, palmito-doce, palmiteiro e ripeira, é uma palmeira nativa da Mata Atlântica, no Brasil, que dá o palmito do tipo juçara. Está ameaçada de extinção.

O fruto é do tipo bacáceo, de um a 1,4 centímetros de diâmetro, composto por um mesocarpo pouco espesso, liso, cor violeta-escuro quando bem maduro, com aproximadamente dez por cento da massa fresca da baga de polpa. Caracteriza-se por produzir palmito de excelente qualidade, com valor econômico elevado e amplamente consumido na alimentação humana, no entanto é monocaule e o corte implica a sua morte. Atualmente, uma alternativa altamente viável e em crescente estudo e prática é o processamento da polpa dos frutos da palmeira juçara, obtendo uma composição de bebida conhecida como açaí de juçara, muito semelhante em termos de textura, cor, sabor e composições nutricionais (salvo alguns compostos) ao açaí da espécie de palmeira Euterpe oleraceae, nativa da Região Amazônica.

5) Peroba-comum (Aspidosperma polyneuron)

Peroba-rosa é um dos nomes comuns da espécie Aspidosperma polyneuron. É muito utilizada em carpintaria, na fabricação, entre outros objetos, de vigas, escadas, tacos e de móveis pesados. Essa espécie encontra-se na lista das espécies para conservação no Brasil e na Venezuela. Arvore brasileira perenifólia, de desenvolvimento lento, de madeira dura, que chega a atingir de 20 a 30 m de altura com o tronco ereto o que lhe confere a categoria de madeira de corte.

6) Aroeira Preta ou do Campo (Myracrodruon urundeuva)

A urundeúva (Myracrodruon urundeuva, classificada anteriormente como Astronium juglandifolium e Astronium urundeuva) é também conhecida como aroeira, aroeira-preta, aroeira-do-sertão, uriunduba, aroeira-do-campo e aroeira-da-serra. A lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais a cita como Astronium urundeuva. É nativa da caatinga e do cerrado, desde o estado do Ceará até o estado do Paraná, no Brasil. Encontrada também na Argentina, Paraguai e Bolívia. Embora os dados sejam insuficientes, a urundeúva é superexplorada devido a sua madeira resistente e agrupamentos dessa árvore, que antigamente era dominante na caatinga, estão desaparecendo. A madeira da urundeúva contém tanino, é pardo-avermelhada, dura e imputrescível, própria para ser usada em obras externas, como dormentes de linhas férreas, postes e na construção civil.

 

7) Cambuci (Campomanesia phaea)

O cambuci é uma árvore frutífera nativa da Mata Atlântica, infelizmente chegou a estar em perigo de extinção, por ser fortemente explorada, por ter uma madeira de excelente qualidade na fabricação de ferramentas e utensílios básicos, porém já não corre mais esse risco após a descoberta do seu potencial econômico para produtos como geleias, sorvetes, sucos, licores, maceração em bebidas alcoólicas, mousse, bolo, além de suco.

Árvore de 3 a 5 m de altura, o fruto é uma baga lisa, achatada, de cor verde mesmo quando maduro, de polpa carnosa doce-acidulada. As frutas de Cambuci têm um perfume intenso, adocicado, mas de sabor ácido como o limão.

8) Cambucá (Plinia edulis)

Plinia edulis (popularmente conhecido como Cambucá ou cambucazeiro) é uma árvore frutífera endêmica do Brasil e nativa da zona litorânea da Mata Atlântica. Seu fruto fez parte cotidiano dessa região até a primeira metade do século XX mas hoje é pouquíssimo conhecido.

Da família das Myrtaceaes, à qual pertencem frutas populares, como a Goiaba, Jabuticaba, e Pitanga e e outras frutas igualmente esquecidas, como o Cambuci, Araçá e Gabiroba, há quem diga que o cambucá é uma das frutas mais saborosas que há no Brasil e no mundo.

9)  Araucária (Araucaria angustifolia)

É uma conífera terrestre de solo seco, perenifólia, heliófita, usualmente dioica. Sua forma é inconfundível, com um tronco colunar que pode chegar a 50 m de altura e 2,5 m de diâmetro, com uma casca rugosa e persistente de 15 cm de espessura, sustentando uma copa de simetria radial em candelabro ou umbela. Quando jovens, as árvores têm uma copa em cone. De regra, porém, não atinge dimensões tão imponentes, com altura variando de 10 a 35m e diâmetro do tronco entre 50 e 120 cm, quando adulta.